domingo, 1 de fevereiro de 2009

Dia 7

Ontem foi o primeiro dia de descanso para todos os participantes neste Campeonato, consequência de 6 mangas consecutivas já executadas. A nossa selecção havia já organizado um programa para este dia, com o objectivo de fazer o reconhecimento de alguns locais de interesse cultural, em zonas próximas de Valle de Bravo.

Após o briefing de team leaders, dirigimo-nos ao Santuário das borboletas Monarca, local de características invulgares e que em todos deixou uma marca significativa. Quer pela beleza do mesmo, no seu todo, quer pela caminhada que necessitamos fazer, através de um bosque de denso arvoredo, que, após cerca de 40 minutos de subida, nos faz deparar com algo de invulgar. Estamos em presença de árvores de grande porte parcialmente recobertas por milhares de borboletas, aguardando que a radiação do sol lhes proporcione condições para saírem do seu ponto de apoio e esvoaçarem num carrossel estonteante, comunicando uma energia de vida que a todos contagiou.

Pelas suas características invulgares de biosfera de protecção a esta espécie animal, este local irradia algo que todos os presentes sentiram, levando, espontaneamente, a um estado de recolhimento e respeito pelo que ao nosso redor se processava. E quando iniciamos a descida, todos nos encontrávamos relaxados e em harmonia com o local.

Sacudido, parcialmente, o muito pó acumulado, retomamos a viagem em direcção a Tenango de Valle, para visitarmos um outro santuário, o das pirâmides que registam a presença de Incas e Azetecas.

De novo uma caminhada, nem tão longa, nem tão íngreme como a anterior, nos leva ao sopé da primitiva cidade. A subida aos vários patamares e às diversas pirâmides proporciona-nos uma experiência única. O impacto é grande. Quer pela grandiosidade do complexo, quer pela sua sobriedade. Mas, sobretudo, pela força que se sente emanar do local. E cada um de nós, a seu modo, ao seu ritmo, estabeleceu contacto e dialogou com o seu EU interior. Mais uma vez o Sol esteve presente em todo o esplendor e ajudou a reforçar, e embelezar, o momento.

Serena e relaxadamente descemos patamar a patamar, procurando reter o máximo possível do que nos rodeava. Acabada a descida, dirigimo-nos a uma tenda onde se preparavam umas deliciosas queijadillas, que ainda não conhecíamos, mas que foram do nosso agrado. Seguiu-se o rumar a casa, para jantar e preparar o dia de amanhã.

Todos sabemos quanto o dia 30 de Janeiro foi penoso e recheado de acontecimentos funestos. Mas que fazem parte da essência da condição humana. E são momentos como estes que permitem revelar, em cada um de nós, características que por vezes desconhecemos e nos fazem crescer. A nossa Selecção revelou uma maturidade e uma presença de espírito que a todos engrandece. Não se fica indiferente ao presenciar o acidente e queda fatal de um colega de competição, que diariamente se preparava para o seu voo mesmo ao nosso lado, trocando-se votos de bom voo antes de descolar. Mas cada um está em paz consigo mesmo. Consciente de que fez, e bem, tudo que estava ao seu alcance nesse difícil momento.


O espírito ganhador da nossa Selecção, já comprovado, mantém-se. Pois cada dia de competição é visto como o primeiro, em que fazemos o nosso melhor. Com a serenidade de quem sabe quem é, onde está e por que razão está.

Agradecemos todo o apoio que nos têm dado, muito importante para todos nós.
Até breve,

1 comentário:

Joana Codinha de Brito disse...

Obrigada nós Lucília.
Tenho-vos sempre presentes, desejando q continuem com essa força e serenidade.
Bjs
Joana*